9 de fevereiro de 2012

As contradições do que pensam as pessoas que estão de fora e os que fazem parte do Conselho Tutelar


DIA 11 FEVEREIRO ELEIÇÃO
Os que estão de fora pensam. Se eu estivesse lá faria as visitas próximas a pé quando não tivesse carro.
O que talvez não saibam:
_ Que ao fazer as visitas muitas vezes não encontramos as pessoas em sua residência, tendo que andar procurando. Ás vezes esta pessoa visitada não está com os documentos pessoais de crianças ou adolescentes é preciso ir buscar em outro local distante. (isso acontece mais porque muitas crianças moram com avós e os documentos ficam com os pais)
_ Que ao fazer àquelas mais urgentes em seu transporte pessoal ou a pé é um exemplo de comprometimento do conselheiro com a causa, mas pode deixar a impressão de que o órgão trabalha por adulação. Alguém pode dizer “eu solicitei uma visita a um ano e eles não fizeram e estão fazendo outras”. Vejam que algumas vezes fazer remendos torna a situação pior para o conselheiro.
_ Que o tempo médio de uma visita é de 40 minutos ou mais. Por isso diante do enorme número de famílias que precisariam ser visitadas, uma visita de vez enquanto não fará tanta diferença e nem sempre as prioridades são àquelas mais próximas.
_Que ao fazer visitas surgem novas demandas que nem sempre o Conselho tem instrumentos para atender, por isso há de aumentar a sensação de pouco interesse por parte do órgão. Em uma única visita podem ser observadas muitas violações: Criança fora da escola, sem registro, vítima de preconceito dentro da própria família etc. Isso demanda várias ações, encaminhamentos, que se feitos pelo Conselho Tutelar e não sendo atendido pelo outro órgão prejudica a imagem do C.T, pois ele é quem a população procura primeiro.  
Os que estão de fora pensam. Se eu fosse os conselheiro pegava pesado com pais que cometem erros com os filhos.
O que talvez não se dêem conta:
 _Que o conselheiro depende da população para se manter no cargo, por isso deve ter cuidado em lidar com seu público. O conselheiro não pode se omitir diante do erro, porém não pode ser grosseiro com ninguém. Olhe para a realidade ao seu redor e perceba que de uma forma ou de outra sempre tem alguém cometendo crimes contra criança. Se você atacar tudo de uma vez ou de forma errada é provável que o conselho seja ridicularizado quando for avaliado por essa população nas eleições. Parece incrível, mas quanto mais o Conselho trabalhar mais atinge as pessoas, ainda que o conselheiro seja educado e esclarecido no atendimento. Faz-se necessária a cultura de justiça, onde as pessoas entendam que a intervenção do Conselho Tutelar é para o bem da criança e da família.

Os que estão de fora pensam. Se eu fosse conselheiro estaria sempre explicando ao povo qual é a minha função.
O que não se observa:

_Que em primeiro lugar não é atribuição dele explicar sobre seu próprio papel. Ele é suspeito para falar de suas funções. (ele se obriga a fazer porque quem deveria não o faz) 
_Que sendo o Conselho Tutelar um órgão colegiado (que pela razão deve decidir tudo em conjunto) não fica bem um ou dois ficar dando explicações a respeito do órgão que é composto por 5 integrantes. 
_ Que Algumas vezes pode surgir perguntas que colocam o conselheiro na chamada saia-justa. Por exemplo: Alguém pergunta sobre a parceria que o Conselho tenha com um determinado órgão se é boa ou ruim. Se de fato houver boa parceria nesse sentido o conselheiro será feliz em responder, mas caso não haja e ele fale a verdade certamente arruinará mais ainda tal parceria que já era ruim. Se ele mentir pior fica a imagem do conselheiro porque mentiu. Devido a isso muitos se recusam a estar em público.
_ Que ao falar de suas funções o conselheiro informado vai dizer uma coisa, já o mal informado vai dizer outra, até mesmo contrariando o que o outro falou. Isso causa a falta de credibilidade das informações emitidas publicamente e rebaixa o nível do órgão.
_ Que se a população não se interessar em conhecer o papel dos conselheiros, pesquisando e debatendo vamos ter poucas pessoas capazes de votar consciente e contribuir com o papel do conselheiro tutelar.
_ Que devido às contradições seria mais interessante que as informações viessem da união, dos estados e por último do município. Existe projeto de lei para determinar o dia nacional da eleição de Conselheiros Tutelares. Isso ajudaria muito, pois as redes nacionais de televisão passariam a explicar as funções de Conselheiros e o povo saberia comparar as informações com as dos conselheiros locais.
Os que estão de fora pensam. Se eu fosse conselheiro estaria diretamente nas ruas lidando com o povo.
_O que talvez não saibam.
_Que o principal local de trabalho do Conselheiro Tutelar é a sede do órgão e que ali se dão a maioria dos trabalhos. Denúncia feita na rua não tem muito amparo e conselheiro fiscalizando tudo nas ruas é um desastre, pois vai invadir o campo alheio. Vejam como funcionam outros órgãos semelhantes ao Conselho Tutelar( Eles tem a sua sede e saem quando há razões, mas sem ter motivos que justifique ele se concentra no seu local de trabalho.  Afinal no momento em que ele está na rua pode ter alguém esperando por ele na sede do órgão ou mesmo, seus colegas podem estar avaliando algum caso e precisem de ajuda. É na sede que deve receber denúncias e discutir as soluções.

Os que estão de fora pensam.  Se eu fosse conselheiro estaria me reunindo com todas as autoridades.
_O que talvez não saibam.
_Que apesar dos ganhos que se alcança quando órgãos se juntam para debater e buscar parcerias, nem sempre todas as autoridades pensam assim.
_Que na qualidade de autoridades os conselheiros não estão sendo respeitados. Acabam considerando o Conselheiro como algo sem importância.

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