Os Correios
vão fazer mutirões neste sábado (22) e domingo (23) para colocar em dia
a entrega de cartas e encomendas à população, afetadas por conta da
greve iniciada na quarta-feira (19). A ação, segundo a empresa, faz
parte do plano de contingência para minimizar eventuais prejuízos
provocados pela paralisação.
A empresa diz que também está realocando de empregados das áreas
administrativas, contratando trabalhadores temporários e trabalhando com
horas extras para realizar as entregas de acordo com o previsto.
A adesão à greve permaneceu inalterada, tanto nas contas dos Correios quanto na da federação dos trabalhadores.
Para a empresa, cerca de 10% dos funcionários estão parados desde o
primeiro dia de greve. Na última sexta-feira (21), 91% dos 120 mil
empregados trabalharam normalmente — 10.938 aderiram à paralisação,
informou a empresa, que controla a presença por meio de ponto
eletrônico.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect), a adesão se mantém em 70% a 80% da
área operacional, em que atuam trabalhadores como carteiros, atendentes e
operadores de triagem, ou seja, relacionados às entregas. "É por isso
que a empresa tem cancelado serviços em várias regiões", diz James
Magalhães, diretor de imprensa da Federação.
Segundo a federação, 26 dos 35 sindicatos aderiram à greve. O sindicato
da Bahia fez assembleia nesta quinta e resolveu não aderir a greve
Atrasos e agências
Segundo a empresa, 16% das encomendas recebidas nos dois primeiros dias
de paralisação estão tendo algum atraso. O período de atraso é
variável. Da carga recebida entre quarta e quinta-feira, 84% foi
entregue no prazo, o que equivale a 58,7 milhões de cartas e encomendas.
Segundo a empresa, toda a rede de agências está aberta e funcionando
normalmente. Estão interrompidos os serviços com hora marcada Sedex 10,
Sedex 12, Sedex Hoje e Disque-Coleta destinados a São Paulo capital e
região metropolitana, Tocantins, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do
Sul e Minas Gerais. No Rio de Janeiro, estão suspensos apenas a entrega
de Sedex Hoje e o Disque-Coleta.
Acordo na Justiça
A direção da empresa e a Fentect não conseguiram se entender em
audiência de conciliação promovida pelo Tribunal Superior do Trabalho
(TST) nesta quarta. Com a falta de um consenso entre as partes, o TST
decidiu que vai julgar o dissídio.
De acordo com a federação, os funcionários dos Correios reivindicam
aumento de 43,7%, R$ 200 incorporados ao salário, auxílio alimentação de
R$ 35, contratação imediata de 30 mil trabalhadores entre outras
melhorias. Além das 15 unidades da federação que aderiram à greve nesta
quarta-feira, Pará e Minas Gerais já haviam iniciado a paralisação na
semana passada.
O TST disse que ainda não há data para julgar o dissídio. A ministra
Kátia Arruda, responsável pelo caso, determinou que o movimento grevista
mantenha pelo menos 40% do efetivo trabalhando em cada unidade dos
Correios, sob pena de R$ 50 mil por dia. (G1)
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