26 de setembro de 2012

Artigo: O valor do voto e o Mensalão nosso de cada dia

O leitor Antonio Elton aproveita o escândalo do Mensalão, que virou notícia em todo o País, para fazer um alerta sobre a importância de não vender o voto no próximo dia 07 de outubro, e escolher o candidato com as melhores propostas para a população.
Confiram:
Nos últimos dias tem se acompanhado um marco histórico na justiça brasileira. E mesmo aqueles que não por meio da mídia impressa ou televisiva, já tomaram conhecimento através da febre atual das redes sociais, sobre o julgamento do Mensalão. E quem acompanha a discussão através delas já percebeu a revolta existente contra o ministro Ricardo Lewandowski, e aclamação do ministro Joaquim Barbosa como o “justiceiro do Mensalão”. As reações quanto ao primeiro deve-se ao fato de ele ter ido contra o voto do segundo, pois em alguns momentos Lewandowski, como revisor do processo, ao invés de condenar, ele absolveu alguns do envolvidos, como ocorreu por exemplo no caso do ex-presidente da Câmara e hoje, pasmem, deputado federal por São Paulo João Paulo Cunha, que anteriormente tinha sido condenado por corrupção passiva pelo também ministro do STF, Joaquim Barbosa, em seu relatório. Esse fato desencadeou-se até mesmo em ofensas ao ministro.
Pois bem vamos fazer uma rápida análise do que foi o Mensalão, que foi um dos – senão o maior – escândalos já descobertos na política brasileira. A revelação do mesmo ocorreu durante o governo Lula, no período de 2005/2006, e se tratava da compra de votos de parlamentares em troca de apoio (como se precisasse) ao governo na Câmara. Até aí tudo bem, é revoltante mesmo, e o fato de se expressar a revolta através de um meio acessível desde o mais humilde cidadão até os maiorais dos três poderes é louvável.
E nesse mesmo ensejo é necessário atentarmos para o processo eleitoral, do qual estamos a menos de duas semanas. Nós, eleitores, mesmo que não sejamos advogados, juristas e magistrados para exercemos cargo de ministro do Superior Tribunal Federal, teremos a oportunidade de julgar políticos com o nosso voto, e escolhermos se agiremos como Barbosa ou Lewandowski. Como diria o apóstolo Paulo, “não vos enganeis”. Pois muitos daqueles que se injuriaram com o voto de absolvição do João Paulo Cunha foram as mesmas pessoas que o elegeram novamente para deputado federal, mesmo sabendo o que ele tinha feito.
Em eleições, principalmente nos pleitos municipais, é notável a compra de votos por políticos corruptos. Aí não venha fazer concessão, pois vendendo seu voto estará não só cometendo o mesmo ato que o citado deputado, só que em menor escala, já que ele recebeu centenas de milhares em reais, como também estará sendo conivente com a injustiça combatida pelo ministro Joaquim Barbosa.
Seremos juízes do nosso futuro: confiaremos os próximos quatro anos de governo dos municípios nos quais moramos a pessoas que já iniciam a busca por mandatos e que serão responsáveis pela saúde, educação, segurança e outros tantos aspectos que precisam ser melhorados, em mãos daqueles que não medem as consequências em busca do poder? Quem vende o voto se prostitui de forma mesquinha, em troca de míseros R$50, R$100 ou mais, e até muitas vezes como já vi menos que isso. Faça suas contas e veja que não vale a pena vender seu direito de cobrar dos governantes, por menos de R$0,10 ao dia. Pois é a esta verba diária a que se tem direito quem pratica tal ato, tomando como exemplo quem vende o voto por R$100. Com esses dez centavos você poderá cobrar acesso à saúde pública de qualidade, educação para seus filhos, saneamento básico entre outras várias coisas que nos são asseguradas por direito?
Meditem naquilo que disse Jesus, “com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós (Mt 7:2)”, e mesmo que não creia nele, use o mesmo ensinamento de Sócrates para que não se tenha “um pesos e duas medidas”.
Antonio Elton/Leitor (Blog Carlos Britto)

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